O texto a seguir, contêm um estratosférico número de SPOILERS.
O especial contava com nomes de peso da teledramaturgia brasileira; Adriana Esteves (Celinha), Diogo Vilela (Arnaldo), Débora Bloch (Rita), Alessandra Maestrini (Bozena), além do próprio Falabella (Mário Jorge). Também foi composto pelos até então novatos Mitzi Evelyn (Isadora), George Sauma (Tatalo) e Daniel Torres (Adônis). Não deu outra. Os telespectadores adoraram, e segundo dados divulgados na época, a audiência registrada pelo especial foi de 34 pontos no Ibope. Após a estréia triunfal, a emissora não demorou à garantir uma temporada completa em sua grade de programação, contudo, ela foi adiantada para a temporada de 2007 (na época a atriz Adriana Esteves estava grávida, impossibilitando as gravações dos episódios semanais).
O começo tímido, porém ousado (com palavrões já no piloto), já deixava claro a linha que a série desenvolveria. Em suas primeiras aparições, as personagens criadas por Falabella já conquistam logo de cara o telespectador. A abertura do especial (mostrando fotos de diversas fases do passado dos casais) é bem diferente da que seria usada na série, mas bem mais chamativa.
A trama é ambientada no condomínio Jambalaya Ocean Drive, que é situado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Celinha atualmente é casada com Mário Jorge, e Rita é casada com Arnaldo. Porém, Celinha já foi casada com Arnaldo, e Rita com Mário Jorge. Como se não bastasse a confusão de casais (que todos afirmam ter sido apenas coincidência), eles moram no mesmo andar, um apartamento de frente ao outro. Os filhos dos casais; Adônis (filho de Celinha e Arnaldo), e Isadora e Tatalo (filhos de Rita e Mário Jorge) também fazem parte da trama, tornando a vida dos pais um verdadeiro caos já no episódio piloto. Adônis é muito inteligente para um garoto de sua idade, mas isso não impediu de ser rotulado como "esquisito" pelos demais. Isadora é a menina rebelde, e Tatalo o rapaz bobão que vive se metendo em trapalhadas. As famílias ainda contam com os serviços da empregada doméstica Bozena, uma paranaense de Pato Branco que possuí uma língua solta e que rouba (e continuaria roubando) a cena.
A narrativa começa com uma Isadora desaparecida na madrugada, que causa um rebuliço nos casais. A personalidade da personagem sofreria uma vaga mudança na série, além de sua atriz intérprete. No especial, o papel ficou com Mitzi Evelyn, que pouco deixou no histórico da personagem, facilitando para que Fernanda Souza pudesse desenvolvê-lo de uma melhor forma ao assumir o papel.
O interessante, é notar que em momento algum o especial se apressa em resolver os arcos de cada personagem, apenas se dando ao trabalho de nos apresentar ao passado das famílias, para que o presente seja entendido de uma melhor forma. Sabemos por exemplo, que Rita e Mário Jorge eram corretores de imóveis parceiros, mas após o divórcio, se tornaram rivais nos negócios. A desenvoltura dos casais é o ponto forte do especial, já deixando definidas as suas personalidades; Mário Jorge é o folgado, Celinha é a mãezona, Arnaldo o ansioso e Rita a estressada. No especial, Rita foi interpretada pela atriz Débora Bloch, mas devido a sua agenda teatral, não poderia retornar para uma série fixa. Dessa forma, Falabella convidou Marisa Orth (antiga companheira de trabalho em Sai de Baixo) para assumir o papel na série (que foi uma acertadíssima escolha).
Como o especial foca em nos apresentar as personagens, o grande movedor da trama é a festa de réveillon que se aproxima. Celinha se mostra preocupada em oferecer um ótimo jantar para a festa, enquanto Rita encomenda todas as comidas já prontas, atitude que não daria um bom resultado no final...
Arnaldo estra em pânico ao saber que está tomando uma medicação suspeita feita à base de ovos de uma lagarta das Filipinas, e acaba contando para Mário Jorge que ele também está "participando" desse método há algum tempo. Bozena tenta fazer com que suas simpatias resultem na "volta do seu amor em 3 dias", além de estar preocupada com a sua participação na encenação da típica peça paranaense d'A Gralha Azul. A narrativa peca um pouco apenas com o elenco juvenil, fazendo com que seus personagens aparentem estar perdidos em meio às cenas dos adultos (talvez com exceção de Adônis e seu problema com a entrada na puberdade), mas também é de se esperar que com um elenco estelar como foco principal, acabe tornando o núcleo jovem bem menos participativo (pelo menos no especial).
Foi assim que de uma forma simples, que em menos de uma hora o especial conquistou não apenas a audiência, como também o interesse da Rede Globo em fixá-lo em sua grade de programação. Miguel talvez não sabia, ou fazia apenas uma vaga ideia, de que ali nascia um dos melhores e mais marcantes humorísticos (se não o melhor) da TV brasileira de todos os tempos.
NOTA DO EPISÓDIO
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Episódio exibido originalmente em 29 de dezembro de 2005, pela Rede Globo.
Dirigido por Roberto Talma.
Escrito por Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa.
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